Hoje, dia 10 de dezembro, é o dia Internacional dos Direitos do Homem.
Neste dia, no já distante ano de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovava um dos mais notáveis documentos da História da humanidade: a “Declaração Universal dos Direitos do Homem”.
No quadro da comemoração da data acima citada, nós, Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Escola Básica da Foz do Neiva, resolvemos consagrar a data ao dramático problema dos refugiados.
O problema dos refugiados não é um problema novo, ou sequer recente, mesmo no contexto europeu. Ao longo do processo histórico, foram várias as hordas de refugiados que, fugindo ao flagelo da fome e da guerra, se abateram sobre o nosso continente. Assim aconteceu com as tribos germânicas que, empurradas pelos impiedosos e aguerridos Hunos de Átila, “ O Flagelo de Deus”, irromperam violentamente pelo território bizantino, acabando, em última instância, por se precipitar sobre o Império Romano do Ocidente, ao qual puseram termo em 476.
Com o advento da 2ª Guerra Mundial, a Europa viu-se a braços com a maior vaga de refugiados da sua existência. Durante e após o conflito, milhões de seres humanos viram-se forçados a abandonar as suas terras e os seus lares, devido às contingências da guerra e às mudanças no mapa europeu decorrentes da mesma.
A nível mundial, o problema dos refugiados tem sido um problema recorrente. Podem-se citar, a título de exemplo, o problema palestiniano, o dos cambojanos sob o domínio dos Khmers Vermelhos ou, mais recentemente, o dos refugiados do Darfur, no Sudão.
Presentemente, o nosso continente volta a ser palco de uma imparável vaga de refugiados que, diariamente, enfrentam a morte na travessia do Mediterrâneo, em busca de uma paz e liberdade que não encontram nos seus países, dilacerados por guerras civis e dominados por ditadores sem escrúpulos.
O drama destes refugiados, na sua maioria originários da Síria, coloca a Europa perante um grande dilema. O dilema de lhes fechar as portas, renegando os princípios humanitários e democráticos que fazem parte da sua essência, ou abri-las, provocando com isso um agravamento da sua crise económica, financeira e da insegurança, em que já vive. Enquanto a Europa hesita perante este dilema de difícil resolução, a tragédia continua e o Mediterrâneo vai-se transformando num gigantesco cemitério.
Não há muito tempo, o Mundo assistiu horrorizado à imagem do pequeno Aylan Kurdi, cujo corpo deu à praia na Turquia. Aylan era um menino de três anos e, como tantos outros meninos da sua idade, merecia tudo. Tudo menos morrer afogado em terra estranha e a um pequeno passo da tão desejada liberdade.
Neste dia simbólico pede-se que todos meditemos no que estabelece o artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, onde se pode ler ” Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”.
A terminar, resta-nos formular um voto, quiçá utópico: Que nunca mais nenhum menino tenha o cruel destino de Aylan kurdi e da sua família!
Manuel Morais